Casos de sífilis aumentam no Brasil por falta de prevenção
Dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde revelam que os casos de sífilis adquirida (em adultos) aumentaram 32,7% no Brasil no período de 2014 a 2015. “A sífilis é uma doença silenciosa, causada pela bactéria Treponema pallidum, cujos sintomas podem desaparecer sem que o portador os tenha notado. A atual epidemia tem como principal causa a falta de uso de preservativos nas relações sexuais”, afirma a dra. Ina Irene Liblik Quintaes, gerente da Medicina Ocupacional do Seconci-SP.
A especialista explica que a sífilis, também chamada de cancro duro, é transmitida por meio das relações sexuais desprotegidas, das transfusões de sangue e da mãe para o filho em qualquer fase da gestação ou no momento do parto (sífilis congênita). “A principal forma de transmissão é pelo contato sexual e, por isso, o uso da camisinha é a melhor forma de prevenção. Nos últimos anos, pesquisas revelam que o uso de preservativos diminuiu no Brasil. A partir dos anos 2000, novos tratamentos para a Aids começaram a surgir e a população passou a se preocupar menos com o uso de preservativos, principalmente os jovens”, diz.
Além da mudança comportamental da população, outro fator contribui para a atual epidemia de sífilis, afirma o dr. João Felício Miziara Filho, superintendente Ambulatorial do Seconci-SP. “Falta diálogo efetivo com a população para reforçar a importância da prevenção”, relata.
A doença
A sífilis se manifesta em três estágios diferentes e apresenta várias manifestações: primária, secundária e terciária. Nos dois primeiros, os sintomas são mais evidentes e o risco de transmissão é maior. Depois, há um período praticamente assintomático, em que a bactéria fica latente no organismo, mas a doença retorna com agressividade acompanhada de complicações graves, causando cegueira, paralisia, doença cardíaca, transtornos mentais e até a morte.
Alguns dos sintomas são feridas nos órgãos genitais, manchas vermelhas na pele, na mucosa da boca, nas palmas das mãos e plantas dos pés; febre, dor de cabeça, mal-estar, inapetência e linfonodos espalhados pelo corpo.
A sífilis tem cura, se tratada corretamente com antibióticos apropriados, à base de penicilina. O Seconci-SP realiza em suas unidades os testes para o diagnóstico da doença, que também podem ser feitos nos centros de referência e SUS.
Orientações e Educação à Saúde
O Seconci-SP promove palestras sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) em canteiros de obra e nas empresas, realizadas pela equipe interdisciplinar dos profissionais de saúde, médicos e assistentes sociais da entidade. “Além disso, são realizadas nas Salas de Espera da entidade orientações mensais sobre vários temas referentes à saúde e direitos dos usuários, dentre eles, as questões referentes às DSTs/Sífilis, com o intuito de prevenir e promover saúde aos trabalhadores da construção civil e seus familiares”, afirma Renata Dias, assistente social do Seconci-SP.
Serviço
As empresas da construção civil que tiverem interesse nas palestras de combate à dengue, zika, febre chicungunha e de DSTs em seus canteiros de obra devem entrar em contato com o setor de Relações Empresariais (11 3664-5059 / relacoesempresariais@seconci-sp.org.br).