Realizada desde 2012 pelo Seconci-SP, a edição 2016 da pesquisa que revela os motivos de afastamento na construção civil aponta tendência de melhoria da atenção com a saúde e a segurança do trabalhador. “Os investimentos das empresas do setor e os cuidados da própria pessoa em relação ao seu bem-estar têm aumentado, tirando cada vez menos o trabalhador do ‘batente’”, constata a dra. Norma Araujo, superintendente do Iepac (Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana) do Seconci-SP.
Essa propensão foi demonstrada a partir da análise de 7.563 atestados gerados a partir de 51.244 consultas médicas realizadas em 2016 na Unidade Central do Seconci-SP, na capital paulista. Apesar de dores e inflamações seguirem no topo do ranking de motivos para o absenteísmo, a proporção dessas causas diminuiu no período de análise, caindo de 43% em 2012 para 30,1% em 2016. Outra redução significativa foi no grupo de enfermidades ligadas a contusões, entorses, traumatismos e ferimentos, cuja proporção foi de 13% em 2012 para 7,5% em 2016.
No ano passado, foram registrados 588 diagnósticos diferentes. Má digestão, gastrite, diarreia, úlceras e inflamação no intestino equivaleram a 6,5%, e hipertensão arterial e doenças cardíacas, a 5,8%. Doenças ligadas ao sistema respiratório (faringites, amigdalites, sinusites, gripes e viroses) apresentaram aumento, indo de 7% para 12,8%. Segundo dra. Norma, esse resultado evidencia a importância de intervenções preventivas, como a vacinação contra a gripe.
Na série histórica, foi registrada queda nos dias de afastamento. Enquanto no ano passado os trabalhadores ficaram em média 1,6 dia afastados, em 2015 esse número foi de 1,7 – segunda menor média em relação a 2012 (2,3), ficando atrás apenas de 2014, com 1,4.
De acordo com a dra. Norma, a convergência é explicada em virtude de dois fatores: o aumento das ações de prevenção por parte das empresas e a maior consciência dos trabalhadores quanto à realização de exames preventivos. Ou seja, a gestão da saúde dos funcionários está mais eficiente, o que possibilita uma promoção da saúde, com prevenção de doenças e tratamentos mais assertivos.
Na análise por faixa etária, a maioria dos atestados foi para os trabalhadores entre 40 e 49 anos (2097), seguido por empregados com idade entre 30 a 39 anos (1836). No total de consultas, o grupo mais demandante também foi o de 40 a 49 anos (28,0%), seguido daqueles com 50 a 59 anos (24,4%).