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Transplante de Órgãos: Uma Nova Chance de Vida

Alessandra Maria Oliveira de Aquino
Enfermeira do Seconci-SP

 

O transplante de órgãos é um procedimento médico avançado que oferece uma nova chance de vida para milhares de pacientes em todo o mundo. Esta prática envolve a substituição de um órgão doente ou com falha por outro saudável, proveniente de um doador, seja ele vivo ou falecido. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável por uma das maiores redes públicas de transplantes do mundo, com milhares de procedimentos realizados anualmente.

A Importância do Transplante

Doenças crônicas e falências orgânicas são as principais causas que levam pacientes à necessidade de um transplante. Corações, rins, fígados, pulmões e pâncreas estão entre os órgãos mais comumente transplantados. Para muitos, o transplante é a única alternativa para prolongar a vida. Por exemplo, pacientes com insuficiência renal avançada dependem de diálise, mas a única solução definitiva para esses casos é o transplante de rim.

O transplante é a esperança de cura para muitos pacientes que estão em estágios críticos de suas doenças. Oferece não só mais tempo de vida, mas também melhora significativa na qualidade de vida.

Doação de Órgãos no Brasil

O primeiro transplante de órgão no Brasil foi um transplante renal, realizado em 1964 no Rio de Janeiro. O receptor era um jovem adulto de 18 anos e o doador uma criança de nove meses com hidrocefalia.

 

O primeiro transplante cardíaco no Brasil foi realizado em 1968, no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP), por uma equipe liderada pelo cirurgião Euryclides de Jesus Zerbini. O receptor foi o lavrador mato-grossense João Ferreira da Cunha, de 23 anos, que sofria de doença do miocárdio e insuficiência cardíaca.

 

Qualquer pessoa pode ser um doador de órgãos, desde que manifeste essa vontade em vida para sua família, que será a responsável pela autorização final. Além disso, doadores vivos podem doar órgãos duplos, como os rins, ou parte de órgãos que se regeneram, como o fígado. Entretanto, grande parte dos transplantes depende de doadores falecidos em situações de morte cerebral.

No Brasil o SUS é responsável pelo processo de doação através do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) cuja função de órgão central é exercida pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes (CGSNT) é responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no país, com o objetivo de desenvolver o processo de doação, captação e distribuição de órgãos, tecidos e células-tronco hematopoéticas para fins terapêuticos.

O Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Em números absolutos o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas do EUA. A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós transplantes.

Nos últimos anos, o Brasil tem registrado avanços significativos na taxa de doações, mas o país ainda enfrenta uma taxa de recusa familiar de quase 40%. O coordenador do Programa Nacional de Transplantes, Dr. João Souza, ressalta a importância de informar e educar a população. “As pessoas precisam entender que a doação de órgãos pode salvar várias vidas. Uma única pessoa pode beneficiar até oito pacientes”.

Avanços Tecnológicos e Futuro

Nos últimos anos, a medicina de transplantes tem se beneficiado de inúmeros avanços tecnológicos. Uma inovação recente é o uso de máquinas de perfusão que mantêm os órgãos em funcionamento fora do corpo por períodos mais longos, o que aumenta as chances de sucesso do procedimento. Além disso, os cientistas vêm realizando estudos com bioimpressão 3D de órgãos e terapias com células-tronco para regeneração de tecidos, vislumbrando um futuro onde o transplante possa ser uma prática ainda mais acessível e eficaz.

O transplante de órgãos continua sendo uma das áreas mais complexas e desafiadoras da medicina, mas também uma das mais recompensadoras, proporcionando esperança e uma nova vida para milhões de pessoas ao redor do mundo.

Como se tornar um doador de órgãos?
1. Avise sua família sobre sua intenção de ser doador.
2. Não é necessário nenhum documento oficial, apenas o consentimento familiar.
3. Informe-se mais em campanhas do SUS e nos centros de saúde.

Principais Órgãos Transplantados no Brasil
– Rins
– Fígado
– Coração
– Pulmões
– Pâncreas

Morte Encefálica

Quando constatada a morte encefálica, que é irreversível, o óbito da pessoa é declarado. Nesta situação, os órgãos e tecidos podem ser doados para transplante, mas apenas após o consentimento familiar. A Lei nº 9.434/1997, conhecida como a “Lei dos Transplantes”, estabelece que a doação de órgãos após a morte só pode ser realizada quando for constatada a morte encefálica.

A constatação da morte encefálica deverá ser feita por médicos com capacitação específica, observando o protocolo estabelecido que define critérios precisos, padronizados e passiveis de serem realizados em todo o território nacional. Os critérios para identificar a morte cerebral ou encefálica são rígidos, sendo necessários dois exames clínicos com intervalos que variam de acordo com a idade dos doadores, realizados por médicos diferentes.

Fila de espera no Brasil

Quem pode se beneficiar do transplante? 

Pessoas com doenças crônicas ou agudas, cujos tratamentos já esgotaram as possibilidades de recuperação e que cuja única alternativa seja a substituição do órgão ou tecido afetado e para as quais o transplante seja uma indicação formal e uma possibilidade terapêutica vantajosa e deve ter o Registro Geral da Central de Transplantes –RGCT e o CPF, o mesmo pode acessar estas listas através do link: https://snt.saude.gov.br/Links.aspx e residentes de São Paulo: https://www.saude.sp.gov.br/ses/perfil/cidadao/homepage/acesso-rapido/lista-de-espera-para-transplantes

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Fonte de consulta: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/snt

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