A preocupação da construção com o aumento do desemprego no setor foi manifestada por Haruo Ishikawa, vice-presidente do Seconci-SP, na abertura do seminário Segurança e Saúde na Indústria da Construção, que lotou o auditório da Unidade Central, em 29 de maio.
Ishikawa alertou que a crise já havia gerado um saldo negativo de 327 mil empregos nos 12 meses até abril passado. “Se nada for feito pelo governo para reverter esse quadro, teremos mais 300 mil postos de trabalho fechados em 2015”, afirmou.
Representando o presidente do SindusCon-SP, Sindicato da Indústria da Construção do qual é vice-presidente de Relações Capital-Trabalho e Responsabilidade Social, ele reivindicou que o governo pague em dia os contratos por obras do PAC e de habitação, impulsione a ampliação da infraestrutura e lance o Programa Minha Casa, Minha Vida 3. De outro lado, manifestou alívio com a decisão do governo de liberar mais recursos para o financiamento imobiliário.
Ishikawa disse esperar que a revisão da NR-18, a norma de saúde e segurança na construção, seja concluída até o segundo semestre. E recomendou a leitura da Portaria 597 do Ministério do Trabalho, com a respectiva Nota Técnica, que dispõe sobre os elevadores de obras.
Também o presidente do Sintesp (reúne os técnicos de segurança), Marco Antonio Ribeiro, manifestou preocupação com as demissões, informando que elas estão atingindo técnicos de segurança. “As construtoras não podem permitir que a crise provoque mais acidentes e mortes”, disse.
Já o presidente da Alec (reúne locadoras de equipamentos), Fernando Forjaz, afirmou que as construtoras precisam valorizar equipamentos que tragam segurança, boa manutenção e qualidade. E o diretor de Certificação e Desenvolvimento Humano da Sobratema, Wilson de Mello, manifestou confiança na retomada do crescimento econômico.
Realizado pelo Instituto Trabalho e Vida, o seminário contou com o apoio institucional do Seconci-SP. Entre os palestrantes, estava o gerente de Saúde Ocupacional da entidade, Douglas de Freitas Queiroz, que falou sobre a importância de se fazer o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) com rigor e dentro do que determina a NR-7. “Nada de buscar alternativas que, em um primeiro momento, se mostram mais econômicas, porém muitas vezes não garantem a saúde dos trabalhadores e ainda podem trazer prejuízos futuros para as empresas”, destacou.