Em encontro que reuniu sete presidentes de associações da indústria da construção e do imobiliário em 19 de agosto no Seconci-SP, o presidente da entidade, Sergio Porto, defendeu uma mobilização do setor em favor de fundos municipais independentes de financiamento para a construção, e pelo fim da multa de 10% do depósito do FGTS nos casos de demissão imotivada, entre outras medidas.
“A construção civil está encurralada, sofrendo com a crise e os inúmeros obstáculos nos licenciamentos e nos cartórios. A crise é maior do que estamos imaginando e só não é pior porque as empresas ainda têm condições de pagar as verbas rescisórias nas demissões”, afirmou Porto.
José Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), fez um amplo relato das gestões da entidade junto ao governo para mitigar os efeitos da crise e dos projetos que tramitam no Congresso. Segundo ele, das dívidas de R$ 5,3 bilhões que o PAC precisaria pagar até o final do ano, apenas R$ 90 milhões foram quitados em agosto.
“A perspectiva é que 2016 seja pior que 2015, com falta de recursos do governo federal para a contratação de novos projetos, e somente o FGTS fornecendo financiamentos”, disse.
Fazer-se ouvir – José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Construção), afirmou que “o setor precisa se manifestar fortemente para ser ouvido pelo governo, a fim de que não se agravem ainda mais as consequências sociais e econômicas da crise”. Ele manifestou ser “inacreditável” que o governo não esteja ouvindo a construção, que deverá demitir 500 mil trabalhadores neste ano.
Rodrigo Luna, presidente da Fiabci-Brasil (Federação Internacional Imobiliária), preconizou que o setor da construção “coloque sempre suas posições de maneira firme, a fim de ajustar o que está ao nosso alcance. Precisamos fazer valer as poucas armas que temos.”
Credibilidade – Defendendo a montagem de uma agenda conjunta de propostas, o deputado estadual Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Construção), pregou a retomada do projeto de lei de 2008 que chegou a ser aprovado por comissão mista do Congresso e destinava 2% dos recursos da União e 1% daqueles dos Estados e Municípios para o financiamento da habitação de interesse social. “Precisamos recuperar a credibilidade do país, indispensável para que os empresários nacionais e do exterior voltem a investir aqui”, completou.
Entre outros, também participaram do encontro os vice-presidentes do Seconci-SP Haruo Ishikawa e José Silvio Valdissera, os conselheiros Antonio Carlos Salgueiro de Araujo, César Scatena, Roberto José Falcão Bauer, Sergio Watanabe e Yves Mifano, os líderes dos Conselhos de Apoio às Unidades Luiz Claudio Minniti Amoroso (Campinas), José Edgard Camolese (Piracicaba), Fernando Junqueira (Ribeirão Preto) e José Antônio Marcondes Cesar (São José dos Campos) e o superintendente geral Fernando Costa; o diretor da Delegacia Regional Mogi das Cruzes do SindusCon-SP, Mauro Rossi; e os presidentes da Associação Seconci-Brasil, José Augusto Florenzano, e da APeMEC, Luiz Alberto de Araújo Costa.