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Sífilis é curável, mas pode trazer complicações graves quando não tratada

Sífilis É Curável, Mas Pode Trazer Complicações Graves Quando Não Tratada

 

Seconci-SP alerta sobre os riscos, em especial na transmissão vertical, da gestante para o feto

Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2020, foram notificados 115.371 casos de sífilis no pais, o que corresponde a uma taxa de detecção de 54,5 casos a cada 100 mil habitantes. O problema é que a maioria dos pacientes é assintomática, portanto pode transmitir a doença, sem saber. Por ocasião do Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita (19 de outubro), a médica do Seconci-SP, dra. Yara Furlaneti Garcia, afirma que a doença tem cura, porém pode trazer riscos graves para a saúde, se não for diagnosticada e tratada.

“A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela é dividida em estágios, sendo eles: sífilis primária, secundária, latente e terciária”.

A médica explica que a forma mais comum de transmissão é de uma pessoa para outra durante o ato sexual sem preservativo com alguém infectado. “Outras formas são a transmissão vertical, que ocorre da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto, e por transfusão de sangue, porém esta última é muito rara atualmente, considerando que os hemocentros do país testam o sangue para diversas doenças antes de disponibilizá-lo para doação”.

Na fase primária, surge uma única ferida, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva ou vagina), que aparece entre três a oito semanas após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias. É denominada cancro duro e é indolor. Esta ferida acaba sumindo após algumas semanas, com ou sem tratamento.

“Os sinais e sintomas da sífilis secundária surgem entre seis semanas e seis meses após o aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Podem ocorrer manchas pelo corpo que, geralmente, não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Outros sintomas comuns são febre, mal-estar, inapetência e ínguas pelo corpo. Todos eles também desaparecem com ou sem tratamento, o que acaba dando uma falsa impressão de cura”, relata dra. Yara.

A sífilis latente não apresenta sintoma e é classificada como recente, quando aparece menos de um ano da infecção inicial ou tardia, quando se manifesta mais de um ano depois da primeira infecção. “A terciária pode se manifestar na pessoa entre um ano e 40 anos depois do início da infecção. Esta é a forma mais grave e pode provocar lesões na pele, ossos e afetar o sistema nervoso e cardiovascular”, destaca a médica.

 

Gestantes

Dra. Yara alerta sobre os riscos da sífilis congênita, que é a infecção transmitida da gestante para o feto e pode ocorrer em qualquer fase da gravidez. “Se não for tratada precocemente e corretamente, pode causar má formação do feto, aborto espontâneo, parto prematuro e causar cegueira, surdez ou comprometer o desenvolvimento mental do bebê”.

O diagnóstico da sífilis é feito pela avaliação clínica e confirmado por exames de sangue, sendo o TPHA e o VDRL os mais comuns e utilizados na prática clínica. “O tratamento é à base de penicilina benzatina e a quantidade de doses da medicação irá depender do estágio da doença. Os parceiros sexuais também têm de ser testados e tratados, para que não haja reinfecção”.

O acompanhamento do paciente é feito por um ano e o exame VDRL é repetido a cada trimestre. No caso das gestantes, o recomendado é refazer o exame todo mês. “A maneira mais segura de prevenir a doença é usar preservativo em todas as relações sexuais, pois evita a sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis. No caso das gestantes, é primordial que seja feito o pré-natal, desde o início da gravidez”.

Dra. Yara lembra a importância de se observar. “O aparecimento de ferida, ínguas ou manchas pelo corpo requer uma consulta ao médico, para o correto diagnóstico e tratamento, evitando assim que uma doença que tem cura, evolua e possa gerar complicações graves, podendo até mesmo levar à morte”.     

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