Tabagismo é uma das principais causas de morte evitável
Embora o hábito de fumar no Brasil venha caindo nos últimos anos – queda de 9,3% em 2018, comparado a 2017 –, 200 mil brasileiros morrem anualmente vítimas do cigarro, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Com a aproximação do Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, o Seconci-SP traz informações e orientações para quem se decida a abandonar o tabagismo.
O gerente da Medicina Ambulatorial da entidade, dr. Horácio Cardoso Salles, destaca que o hábito de fumar segue como uma das principais causas de morte evitável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Por isso, o tabagismo é considerado um problema de saúde pública e reconhecido pela comunidade médica como uma doença que causa dependência, semelhante ao que ocorre com outras drogas”.
O dr. Salles explica que, ao fumar um único cigarro, a pessoa inala mais de quatro mil substâncias tóxicas, como monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína etc., e outras 43 cancerígenas, como arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo e resíduos de agrotóxicos.
O médico salienta que o tabagismo também pode causar mais de 50 tipos de doenças, principalmente as cardiovasculares (infarto e angina) e as respiratórias obstrutivas crônicas (enfisema e bronquite).
Riscos para a boca
O dentista do Seconci-SP, dr. Márcio Valério D´Olim Marote, alerta que as substâncias do cigarro são extremamente nocivas à saúde bucal. “Mesmo quando a pessoa ainda não desenvolveu uma doença mais grave como um câncer, os efeitos colaterais do cigarro são devastadores para a boca”.
Segundo o dr. Marote, os principais problemas são as diminuições da capacidade de cicatrização, em virtude da redução do fluxo sanguíneo, e da eficiência do sistema imunológico; a redução do fluxo salivar, que mantém parte das substâncias ingeridas na boca, causando mau hálito; o aumento da produção de melanina na boca, gerando manchas escuras na mucosa e gengivas; o depósito de alcatrão na superfície do esmalte dos dentes, causando manchas escuras; e o mais grave, o câncer.
Os especialistas do Seconci-SP são unânimes: o primeiro passo para abandonar o vício é reconhecer o problema e buscar ajuda. “Há uma série de medicamentos que ajudam o paciente neste processo. No começo, o corpo sentirá falta das substâncias, mas com determinação e apoio, é possível vencer o vício”, afirma o dr. Salles.
O Seconci-SP conta com profissionais de diversas áreas que podem apoiar o trabalhador nesta transição. “A pessoa precisa ter em mente que abandonar o cigarro será uma jornada difícil, mas não precisa ser solitária. Ele pode contar com o auxílio de psicólogos e dos Grupos de Apoio do Seconci-SP que podem ajudar muito nesta fase”, comenta o dr. Marote.