O risco de se contrair Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) permanece, sobretudo entre jovens e adultos desinformados que dispensam o uso de preservativo nas relações sexuais, por acreditarem equivocadamente em cura por meio do tratamento.
O alerta é da dra. Dagmar Maia Kistemann, clínica geral do Seconci-SP, por ocasião da Campanha Dezembro Vermelho, que tem em 1º deste mês o Dia Mundial de Luta contra a Aids. A campanha visa informar sobre a doença e a importância de preveni-la, reduzir o preconceito e a discriminação que ainda sofrem os pacientes, bem como incentivar a realização de testes e tratamento adequado.
“Usar preservativo nas relações sexuais continua sendo o principal cuidado para prevenir a Aids, que ainda não tem cura e pode ser fatal se não for tratada”, afirma Dagmar.
A Organização Mundial de Saúde estima que, no final de 2024, havia cerca de 40,8 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo, das quais 1 milhão no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, há mais de 870 mil pessoas em uso de antirretrovirais no país. Neste ano, completam-se 40 anos da Resposta Brasileira à Aids, política pública com ações de prevenção e tratamento mediante a distribuição gratuita de medicamentos, e que se tornou uma referência mundial.
Contaminação e tratamento
De acordo com a médica, a Aids é uma doença infecto contagiosa causada pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Adquirida). Na primeira fase da doença, de infecção aguda, ocorrem a incubação do vírus e sintomas inespecíficos, podendo passar despercebida. Na segunda fase, assintomática e que pode durar anos, existe a interação com as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus.
As células de defesa são atacadas pelo HIV e começam a ser destruídas. O paciente fica com o organismo fragilizado e vulnerável às infecções. Com baixa imunidade, aparecem doenças oportunistas, debilitando ainda mais o organismo e definindo a Aids, explica Dagmar.
Segundo a clínica geral, pessoas soropositivas que tenham ou não Aids podem transmitir o vírus. As principais formas de transmissão ocorrem por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas, de mãe para filho durante a gravidez ou na amamentação, e por acidente com material biológico contaminado.
O tratamento é feito por medicamentos antirretrovirais (ARV) que não curam, mas atuam para impedir a multiplicação do HIV no organismo, restabelecem o sistema imunológico e devem ser usados regularmente para melhorar a qualidade de vida, reduzir internações, infecções oportunistas e principalmente a mortalidade. No Brasil, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece gratuitamente o tratamento, composto por 17 medicamentos ou doses fixas combinadas de antirretrovirais.
Cinco recomendações para prevenir a Aids:
- uso de preservativos: o uso correto e consistente de preservativos é uma das formas mais eficazes de prevenção;
- educação sexual: programas educativos que abordam a sexualidade de maneira clara e informativa são essenciais para a conscientização dos jovens;
- testagem regular: realizar testes periódicos;
- tratamento: tratamento adequado e imediato para evitar complicações e transmissão a outras pessoas;
- Profilaxia Pré-Exposição (PrEP): uso de medicamentos por pessoas com alto risco de contrair HIV para reduzir a probabilidade de infecção.
O Seconci-SP leva às empresas palestras sobre prevenção de Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. Informações: (11) 3664-5880.






