O período médio de afastamento por atestado médico expedido pelo Seconci-SP na capital paulista reduziu-se em 39% no triênio 2012-2014. Esse tempo foi de 2,3 dias em 2012, 2,1 dias em 2013 e 1,4 dia em 2014. Este é um dos resultados da primeira pesquisa feita sobre o tema pela entidade, com base em cerca de 260 mil atendimentos médicos realizados em sua Unidade Central nesse triênio.
Desses atendimentos, 4,9% (cerca de 13 mil) geraram atestados com duração de até 15 dias. Este baixo índice mostra um cuidado maior por parte de trabalhadores e empresários em evitar que os problemas de saúde se agravem e demandem mais dias de repouso.
“Investir na prevenção é mais barato, uma vez que os trabalhadores afastados por menos de 15 dias são de responsabilidade da empresa. É mais econômico tomar medidas prévias do que ter um contingente de pessoas afastadas”, explica Norma Araujo, médica e superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana do Seconci-SP, que realizou a pesquisa.
Motivos mais frequentes – Entre as principais causas de afastamento, 37,1% se devem a dores nas costas e articulações, inflamações nos ombros, juntas e tendões. “No Brasil, o saco de cimento pesa 50 quilos, enquanto em outros países é vendido em embalagens de 25 quilos. Esse pode ser considerado um dos agravantes para a dor nas costas liderar a estatística”, alerta a médica.
Na sequência, aparecem contusões, entorses, traumatismos e ferimentos (10,8%); faringites, amigdalites, sinusites, gripes e viroses (8,2%); má digestão, gastrite, diarreia, úlceras e inflamações intestinais (7,1%); doenças do olho e anexos (5,4%); hipertensão arterial e doenças cardíacas (4,6%), e outras doenças infecciosas (3,5%).
Os demais motivos de afastamento distribuem-se entre outros diagnósticos pulverizados (14,9%), e exames laboratoriais com duração superior a 3 horas e observação clínica para esclarecimentos diagnósticos (5,5%). Em apenas 3% dos atestados as razões não foram informadas.
Dias mais frequentes – Entre os dias com maior incidência de afastamentos, a segunda-feira lidera, com 24%. “Uma hipótese é que as atividades de lazer nos fins de semana e os ‘bicos’ contribuam para o aumento nesse dia”, analisa Dra. Norma.
O percentual de incidência vai diminuindo ao longo da semana: terça-feira, 20,4%; quarta-feira, 18,8%; quinta-feira, 17,5%, para voltar a subir na sexta-feira para 19,5%.
Os meses com mais atestados em relação ao total de atendimentos são janeiro (12,4%), fevereiro (11,65) e março (11,4%). Com menos atestados, figuram dezembro (4,8%), novembro (5,2%) e outubro (6,6%). Isto reflete a sazonalidade do emprego na construção nesses três anos, com elevação nos primeiros trimestres e declínio nos últimos.