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Tratamento correto da asma possibilita vida normal ao paciente

Falta de ar ou dificuldades para respirar, tosse, chiado ou aperto no peito – estes são os sintomas da asma, uma doença crônica inflamatória dos brônquios. Mas para se ter um diagnóstico e tratamento corretos, é fundamental o acompanhamento médico periódico.

A recomendação é da dra. Marice Ashidani, pneumologista do Seconci-SP, por ocasião do Dia Nacional do Combate à Asma (21 de junho). Ela alerta que apenas 12% das 2 milhões de pessoas no Brasil tem a doença controlada.

A pneumologista explica que a asma precisa estar bem controlada para possibilitar ao paciente o desempenho de uma vida normal. “Por isso, não basta tomar a medicação: é necessário realizar uma reavaliação periódica. Mesmo que a pessoa não tenha sintomas, deve retornar ao médico ao menos uma vez por ano”, explica.

Ter a asma controlada significa que o paciente desempenhe suas atividades sem esforço, está sem crises e não necessita de medicação de resgate, a chamada bombinha. “A necessidade da medicação de resgate segue a demanda do paciente e a periodicidade do seu uso é um indicativo da qualidade do controle da sua asma.”

A médica relata que, neste ano, a Gina (sigla em inglês da entidade Iniciativa Global pela Asma) enfatiza a importância da educação dos pacientes para que tenham conhecimento da natureza da sua doença que é crônica; das estratégias de tratamento que envolvem corticoides inalados de modo continuado para tratar a inflamação brônquica; dos fatores que dificultam o controle da asma, como rinite e refluxo esofágico sem tratamentos; e dos fatores desencadeantes.

“É importante o paciente reconhecer que a doença não está bem controlada ao usar com frequência a medicação de resgate, a bombinha com broncodilator; ao ter crises noturnas; ao sofrer limitação para as atividades rotineiras, e quando necessita buscar tratamento de urgência”, afirma a dra. Marice.

Fatores desencadeantes

Segundo a dra. Marice, os sintomas da asma variam durante o dia, podendo piorar à noite ou de madrugada. A doença afeta pessoas em qualquer idade, podendo ser desencadeada por fatores genéticos, ambientais e comportamentais, tais como: exposição a pelos de animais, poeira domiciliar, mofo, ácaro, fumaça e poluição; mudança da temperatura ambiente; prática de exercícios físicos intensos, e estresse. O tabagismo também possibilita desencadear a asma, e a obesidade pode ser um fator de risco para maiores complicações.

A pneumologista aponta que a asma é diferente da bronquite. “Apesar de os sintomas serem parecidos, o quadro clínico é extremamente diferenciado. A asma é uma doença inflamatória de causa não totalmente conhecida; já a bronquite é mais relacionada ao tabagismo.”

Diagnóstico e tratamento

Diante dos sintomas, é muito importante consultar o médico para a realização de um diagnóstico correto, feito por raio X ou espirometria (exame que mede a quantidade de fluxo de ar que entra e sai dos pulmões) e iniciar o tratamento corretamente.

A doença não tem cura, mas pode ser controlada. “Usamos duas abordagens nos casos de crises: uma é a medicina de resgate e alívio, com uso da bombinha; a outra é o tratamento de prevenção, com o uso, por exemplo, de corticoides inalados.  Quando a doença está controlada, o paciente quase não apresenta sintoma. A necessidade da medicação de resgate e a sua periodicidade também serão definidas pelo médico.”

“O uso do broncodilatador isolado como único tratamento da asma não é indicado. O conhecimento sobre a doença permite uma maior adesão ao tratamento e o controle da asma mais adequado.”

A pneumologista destaca que, para evitar o desencadeamento de novas crises, são muito importantes os cuidados com a higiene ambiental, evitando-se poeira, mofo, pelos de animais, prevenir o tabagismo e também cuidar da saúde mental.

“Às vezes a asma aparece na vida adulta, às vezes pode se agravar, e há quem entre em remissão. Por isso, é de extrema importância que o asmático tenha conhecimento da doença e saiba manusear os dispositivos de tratamento, tirando os fatores de risco do ambiente, além de seguir corretamente a parte medicamentosa. Dessa forma, ele conseguirá manter a patologia sob controle e ter um maior bem-estar no dia a dia”, ressalta a médica.

O Seconci-SP conta com um corpo clinico responsável para indicar a melhor forma de tratar a enfermidade. E boa parte do tratamento também está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

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