A doença celíaca é uma condição autoimune causada pela intolerância ao glúten, mesmo em pequenas quantidades, uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada e centeio. Por ocasião do Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença Celíaca (16 de maio), o gastroenterologista do Seconci-SP, Moacir Augusto Dias, explica que as respostas imunes ao glúten levam a uma reação inflamatória na mucosa do intestino com atrofia das vilosidades.
“A doença atinge cerca de 1% da população e é mais prevalente nos países da Europa, Norte da África, Oriente Médio, Índia e Norte da China. Há uma predisposição genética para sua ocorrência, apesar de poder estar associada a outros distúrbios autoimunes, como diabetes tipo I e tireoidite autoimune. A doença celíaca pode afetar pessoas de todas as idades, embora seja mais comum em crianças. E é mais frequente em mulheres, na proporção de dois a três casos para um em homens”, afirma o especialista.
Quadros de diarreia, com fezes volumosas, dor abdominal, inchaço, desconforto, perda de peso sem motivo aparente, fadiga e dor nas articulações são alguns sinais de alerta, que devem levar a pessoa a procurar um médico. “Tudo começa com um exame clínico, quando serão avaliados os sintomas e o histórico do paciente. São solicitados também exames de sangue e, em alguns casos, endoscopia com biópsia da segunda porção do duodeno, que permite avaliar a presença de lesão na mucosa intestinal”, descreve dr. Dias.
Controle e tratamento
A inflamação e as lesões no intestino delgado comprometem a capacidade de absorção dos nutrientes, o que pode levar à deficiência de minerais, como o cálcio e de vitaminas do complexo B, além das vitaminas A, D, E e K.
A forma mais eficaz para controlar a doença e evitar complicações é seguir uma dieta sem glúten e fazer um acompanhamento médico regular, especialmente no início do tratamento. “Podem ser prescritas medicações para auxiliar no tratamento. Quando ocorre na fase adulta costuma ser mais branda. De toda a forma, é fundamental avaliar a resposta ao tratamento, pois a doença celíaca pode ter um impacto significativo na qualidade de vida da pessoa”, destaca o gastroenterologista.