“Eles são fundamentais atuando para a desconstrução do machismo”
“O Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, celebrado em 6 de dezembro, é mais do que uma data no calendário: é um convite urgente para que toda a sociedade, especialmente os homens, reconheça seu papel ativo na construção de relações respeitosas, seguras e igualitárias.”
As afirmações são de Samantha Thais Antunes Palopoli, assistente social do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), em artigo publicado no site da entidade.
De acordo com Samantha, “a violência de gênero não é um episódio isolado ou fruto de conflitos cotidianos. Ela nasce em estruturas sociais marcadas pelo machismo, pelo abuso de poder e pela naturalização da desigualdade entre homens e mulheres. Essa violência assume formas diversas — física, psicológica, sexual, patrimonial e moral — todas com impactos profundos na saúde física, emocional e social das vítimas.”
“Em nossos atendimentos, encontramos mulheres que chegam fragilizadas, descrentes e, muitas vezes, culpabilizadas. Encontramos também filhos e filhas que crescem assistindo à violência como se fosse parte inevitável da vida. Enxergamos um ciclo repetido por gerações”, testemunha a assistente social.
Para Samantha, “romper com esse ciclo exige mais do que acolhimento às mulheres: exige intervir na raiz do problema — o comportamento e a responsabilização dos homens. Se queremos uma sociedade livre da violência contra as mulheres, precisamos firmar novos pactos sociais”
A profissional preconiza: assumir que a violência de gênero é responsabilidade de todos; reconhecer que os homens são agentes fundamentais na desconstrução do machismo; entender que denunciar, acolher e educar são ações complementares e igualmente urgentes.
Responsabilidade de maridos, pais, colegas e gestores
Samantha escreve que a transformação pelo fim da violência contra a mulher começa no cotidiano: “no homem que aprende a ouvir sem dominar, no pai que educa filhos para o respeito, no colega que intervém ao presenciar uma situação abusiva, no gestor que cria ambientes de trabalho seguros”.
De acordo com a profissional, a data de 6 de dezembro lembra que os homens têm papel protagonista nesta mudança. “Não basta ‘não ser violento’; é preciso atuar como aliado: questionar atitudes machistas naturalizadas; confrontar condutas abusivas em rodas de conversas, grupos de amigos e ambientes de trabalho; buscar ajuda quando identificar comportamentos agressivos; apoiar mulheres que denunciam e estimular outros homens a fazer o mesmo.
“A mobilização masculina é essencial porque a violência é produzida dentro das relações sociais — e só pode ser desconstruída dentro delas”, afirma a assistente social, e conclui:
“As mulheres não precisam de sobrevivência. Precisam de vida plena, dignidade e liberdade. E isso só será possível quando todos, especialmente os homens, assumirem sua responsabilidade na construção de um mundo mais justo.”





